O Psicanalista, o Teatro dos Sonhos e a Clínica do Enactment

O psicanalista, o teatro dos sonhos e a clínica do enactment aborda aspectos da técnica analítica contemporânea quando se lida com pacientes de difícil acesso, com déficits no processo de simbolização. A partir do estudo do sonho noturno e do sonho diurno o autor busca compreender configurações emocionais borderline que tomam o campo analítico sem que o analista se dê conta. Seu estudo levou o autor a descrever uma história natural do processo analítico quando o campo analítico é tomado por conluios obstrutivos, fruto dessas configurações, conluios dos quais a dupla analítica não se dá conta. Esses não-sonhos-a-dois (isto é, fatos que não podem ser sonhados sem que se o perceba) constituem enactments crônicos que, graças ao trabalho analítico,são inconscientemente simbolizados, emergindo no campo analítico como um mix de descargas e não-sonhos sendo sonhados. Esses fatos, enactments agudos, por revelarem aspectos traumáticos, ameaçam destruir o campo. No entanto, quando compreendidos pelo analista, se transformam em elementos importantes no avanço do crescimento mental.

Esses aspectos são estudados, em detalhes, nos 12 capítulos do livro, enfatizando-se material clínico. Exemplos míticos e artísticos são também utilizados. A clínica e a teoria são validadas a partir de experiências internacionais. Discute-se, em detalhes, a função analítica e os ataques que ocorrem nessas situações, levando o analista a tornar-se estúpido. O texto se abre para várias vertentes teóricas mas os modelos bionianos são usados em forma predominante.